À espera da expedição do seu mandado de prisão pelo STF, o deputado
João Paulo Cunha (PT-SP) avisou a amigos e dirigentes do PT que não
cogita renunciar ao mandato. Nos próximos dias, descobrirá que nem todos
os seus correligionários concordam com a decisão. Um pedaço do PT
prefere que ele renuncie —não por falta de solidariedade, mas por
avaliar que o esforço, além de não evitar a cassação, vai impor novo
desgaste à legenda em pleno ano eleitoral.
A renúncia é ato
pessoal e intransferível. Se João Paulo fincar o pé, não haverá o que
fazer. Mas pelo menos um dos membros da Executiva do PT avalia que o
partido deveria aconselhá-lo a dar meia-volta. Recorda que José Genoino
também planejava submeter-se ao crivo do plenário. Premido pela má
repercussão e pela maioria que se formou contra ele na Mesa diretora da
Câmara, viu-se compelido a bater em retirada de forma constrangedora.
No
caso de Genoino, o PT ainda esboçou uma reação. Tentou retardar a
abertura do processo. Alegou que seria necessário aguardar o desfecho do
pedido de aposentadoria do condenado, que se recupera de uma cirurgia
cardíaca. Não colou. Dos sete deputados que integram a Mesa só dois são
petistas. Ao perceber que o placar contra Genoino seria de 5 a 2, o
vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), tirou do bolso, aos 45
minutos do segundo tempo, a carta de renúncia do companheiro.
O PT
já decidiu que não vai opor resistência à abertura do processo de
cassação de João Paulo. Primeiro porque lhe faltam argumentos. Segundo
porque não faria sentido erguer barricadas na Mesa da Câmara depois de
ter defendido que cabe ao colegiado, não ao STF, deliberar sobre a
matéria. Terceiro porque não encontra respaldo nem mesmo entre os seus
aliados. O maior deles, o PMDB, não moverá uma palha por João Paulo.
Uma
vez aberto o processo, a encrenca seguirá para a CCJ, a Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara. Chama-se Décio Lima o presidente dessa
comissão. É filiado ao PT de Santa Catarina. Em condições normais, a
tramitação pode levar até três meses. Ou seja, o veredicto político só
viria em abril.
Se quisesse retardar o processo, o petista Décio
teria ferramentas regimentais para fazê-lo. Nessa hipótese, porém,
empurraria a votação do pedido de cassação de João Paulo para dentro da
campanha eleitoral, que tomará impulso a partir de junho, o mês das
convenções partidárias. Em troca de alguns meses de sobrevida ao
companheiro, o petismo ofereceria de mão beijada à oposição matéria
prima para os ataques. Um risco que Dilma Rousseff e seus operadores
decerto preferirão não correr.
Por todas as razões, João Paulo
será aconselhado nos próximos dias a renunciar. As votações de pedidos
de cassação no plenário agora são abertas. O que reduz as chances de
ocorrer uma absolvição à moda Natan Donadon. O presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), marcara a reunião da Mesa para 4 de
fevereiro. Teve de cancelar porque o STF ainda não enviou à Casa um
comunicado sobre a decisão de prender João Paulo.
Imagina-se que o
ofício chegará até a próxima semana. A reunião da Mesa será
imediatamente remarcada. Para ter validade, a renúncia precisa ser
formalizada antes da abertura do processo. Quer dizer: logo, logo vai-se
descobrir se João Paulo dará ouvidos aos conselhos ou se levará a
valentia às últimas (in)consequências.
DO BLOG: Na verdade o PT é uma safadesa só, ou melhor, o bom nesse pais é ser politico, pq criam as leis pensando em um dia cair nelas, ou seja, não dar em nada, absolutamente nada!!!
Todo politico deveria ser preso ao fim de seu mandato.
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